Olhe nos meus olhos, diga o que vê
Deixe a verdade lhe falar
Olhe nos meus olhos, diga o que vê
Tente enxergar
Não tá na TV nem na capa do jornal
Também não é destaque no caderno cultural
Não toca no seu rádio, em nenhum dial
Também não vai ouvir na cadeia nacional
É um absurdo, é um submundo
Dito bom cidadão, cego, surdo e mudo
No almoço, na janta, em nobre horário
Noticiário que alimenta o otário
Queima, queima, queima, queimador
Notícia quente, quente que chegou
Queima, queima, queima, queimador
Sua mentira nunca me enganou
Tá na revolta, na tristeza e no amor
Tá na internet, no sopapo e no tambor
Tá na sua pele, ela é nua e crua
Tá pelas esquinas, quebradas na rua
Informação, eu roubo, eu sou ladrão
Editorial repleto de ilusão
Pula, pula, manipula, fecha os olhos e engula
A dose diária de ódio que a tela te empurra